Anunciada como “uma das maiores pensadoras digitais do Brasil (…), ganhadora de 5 prêmios internacionais (…)”, Martha Gabriel proferiu palestra no Seminário de Inovação e Competitividade no Turismo, realizado no auditório do Senac, em Porto Seguro, no dia 17/09/2015.
O vice-prefeito, Beto Nascimento, aproveitou o evento para estimular todos empreendedores de Porto Seguro a cadastrarem gratuitamente seus empreendimentos no novo site da prefeitura, www.portosegurotur.com, que é compatível com dispositivos móveis.
Esbanjando experiências internacionais, e termos em inglês mesmo quando as palavras vinham em telas escritas em português, Martha revelou seu deslumbramento com a globalização e com o consumismo incentivado pela tecnologia da comunicação. Ela disse que compra tanto pela Internet que, por causa do atraso da entrega, que pode, segundo ela, chegar até a 2 meses; quase todos os dias, quando ela nem sabe mais o que comprou, chegam coisas à sua casa. Em seguida ela explicou que compra muito, mas também distribui muito.
A palestrante estimulou empreendedores a conhecer melhor as tendências e a investir mais em tecnologia de comunicação via Internet, citando aplicativos como o “Uber” para afirmar que não adianta lutar contra a tecnologia da comunicação.
Negando os custos sociais dos novos tempos, em uma das telas de sua palestra Martha mostra um gráfico alegando que a tecnologia gera o mesmo número de empregos que destrói.
Também na palestra Martha cita um pensador que disse ser as máquinas os elementos mais importantes para dar respostas e os seres humanos os elementos mais importantes para fazer as perguntas.
Pena que, apesar de ter sido realizado graças ao apoio de instituições que se dedicam a interesses coletivos (Senac, Convention Bureau, Sebrae e Prefeitura), no seminário não foi aberta uma sessão para perguntas do público:
1) Partindo da premissa de que a democratização dos meios de produção é uma inovação necessária diante do desemprego causado pela tecnologia, a prioridade não deve ser incentivar investimentos públicos em novas ideias de desempregados que poderiam voltar a ser felizes no mercado de trabalho, fortalecendo o mercado consumidor e consequentemente toda a economia?
2) O que leva desenvolvedores de aplicativos da iniciativa privada a terem inteligência suficiente para criar novas funcionalidades em detrimento de coletivos que vinham funcionando, como é o caso do “Uber” com os táxis; e sensibilidade ou inteligência insuficiente para combater a desigualdade social que transforma o mundo em um barril de pólvora?
3) O que leva uma multidão qualificada de emigrantes da classe média de países pobres, a negar sua contribuição para a conscientização e para a melhoria da qualidade de vida em seus próprios países, e a sair em busca de melhores condições de vida nos países ricos que, por meio das tecnologias de comunicação, agravam a pobreza dos países pobres?